quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Guia de Aves Serra da Bodoquena a caminho!

Acordar cedo sempre é difícil, mas quando os passarinhos são a finalidade, a preguiça dá lugar à ansiedade. Ainda mais quando o objetivo é a finalização de um guia de aves da região. E ontem lá estávamos eu, Daniel e Diego procurando as últimas espécies que faltavam para o Guia de Bolso Aves de Bonito e Serra da Bodoquena, a ser lançado brevemente.

Assim como o Guia de Plantas e Guia de Mamíferos produzidos anteriormente, este também conta com a parceria da Bion Consultoria. Vários detalhes trabalhados juntos para produzir um material simples mas eficiente para atender o interesse crescente por observação de vida silvestre no Brasil. E como nossa região tinha pouco material sobre o assunto (exceção ao Guia de Campo Fauna e Flora de Bonito), nada melhor de que ajudar o turista a conhecer nossas riquezas naturais através destes guias!

A produção do guia de aves começou há alguns meses, com a difícil tarefa de escolher 135 espécies entre as mais de 400 que ocorrem no Planalto da Bodoquena. Decidimos pelas mais conhecidas e mais fáceis de serem visualizadas pelo turista comum, além de algumas interessantes como o fura-barreira (Hylocryptus rectirostris), uma espécie endêmica das matas ciliares do Cerrado que, embora discreto, é bem comum em nossas florestas. Foi a última fotografada ontem, após uma trabalhosa "negociação" entre a ave e o fotógrafo, mas valeu o resultado!

No último momento conseguimos a foto do fura-barreira (Hylocriptus rectirostris), ufa! Foto: Diego Cardoso

Para quem pensa que a produção de um guia de aves é um trabalho simples, segue um resumo do trabalho: após decidirmos pelo formato da publicação e definir o número de espécies que entrariam, o segundo passo foi escolher as espécies finais (isso porque várias foram mudadas depois da primeira seleção). Definidas as espécies, começa a busca pelas fotos adequadas, ou seja, além de boa qualidade, precisam mostrar a ave em uma posição que permita visualizar suas principais características. Claro que faltavam várias fotos, então a segunda etapa foi sair a campo para buscá-las. E o que parece simples, mostra-se muitas vezes uma tarefa complicada. Isso porque já não é uma época boa para fotografar algumas delas, especialmente as migratórias de inverno.

Começando a busca no próprio quintal: fêmea de canário-da-terra (Sicalis flaveola)...

...e um casal de pica-pau-de-topete-vermelho (Campephilus melanoleucos), que permitiu uma ótima foto depois que outra já havia sido selecionada para o guia. Fotos: Daniel De Granville

Depois de clicar algumas aqui mesmo em nosso jardim, foi hora de buscar as restantes no Rancho da Guavira, na RPPN Estância Mimosa e na RPPN Fazenda da Barra, todas em datas diferentes. A cada saída, oportunidades de fotografar as que faltavam e conseguir novos registros das fotos que não tinham ficado tão boas. Por fim, solicitar aos amigos fotógrafos da região que nos enviassem as derradeiras, fechando assim a coleção de fotos escolhidas.

O pichito (Basileuterus hypoleucus), espécie irriquieta e florestal, fotografado no Rancho da Guavira...

 e um jovem frango-d'água (Galinula galeata) fotografado na Estância Mimosa, num intervalo enquanto procurávamos outras espécies. Fotos: Daniel De Granville

Sem contar o trabalho de editar, recortar e nomear todas as imagens, tem ainda a etapa de construir todo o layout do guia, definir ícones, corrigir todos os textos de nomes científicos, populares e inglês, adequar os demais textos e outros detalhes. Finalmente, mandar para a gráfica no formato adequado e então fazer divulgação e distribuição. 

Ainda na Estância Mimosa, uma nova foto do mergulhãozinho (Tachybaptus dominicus). Foto: Daniel De Granville

Claro que a melhor parte disso tudo é ver o guia pronto e bem aceito pelos observadores de aves que visitam nossa região, mas admito que ir a campo em busca das últimas espécies e ainda aproveitar para passarinhar enquanto as buscadas não aparecem é muito bom! Só ontem, na RPPN Fazenda da Barra, foram 96 espécies pela manhã, um dos melhores lugares para observação de aves de Bonito.

 Um cafezinho (Jacana jacana) passeando no açude da RPPN Fazenda da Barra...

e uma joaninha (Paroaria capitata) flagrada em um bando misto na margem do rio Formoso, dentro da mesma fazenda. Fotos: Diego Cardoso

Agora estamos nos acertos finais, em breve divulgo aqui o lançamento deste novo guia. Enquanto isso, espero que novos guias de campo sejam produzidos Brasil afora, divulgando e incentivando a observação de aves em nosso país. Sua região tem um guia de aves? Que tal começar a criar um?

Uma das minhas poucas contribuições ao Guia de Aves, essa viuvinha (Colonia colonus) foi fotografada na Fazenda Rio Verde, em Jardim. Foto: Tietta Pivatto

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015




Espécies Endêmicas nos biomas brasileiros

terça-feira, 1 de junho de 2010

Como sabemos o Brasil é um pais rico em biodiversidade, isso devido a vários fatores como a sua grande extensão territorial e aos diversos climas que o país possui. Isso faz com que possua uma variedade muito grande de fauna e flora. Essa diversidade toda faz com que o nosso país seja um lugar de grande variedade de espécies endêmicas. Esse termos refere-se a espécies que ocorrem apenas em lugar na terra. Além disso a uma subdivisão entre as espécies endêmicas, que são as neoendêmicas e as paleoendêmicas. As neoendêmicas referem-se as espécies que se originaram e um determinado lugar e ainda não tiveram tempo de se disseminar para outras regiões, e as paleoendêmicas referem-se as espécies que estão em uma dinâmica regressiva e aquele é o único lugar onde a espécie sobrevive.
A partir disso vamos caracterizar algumas das espécies endêmicas que o Brasil possui, numa caracterização através de seus biomas (Mata atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Floresta Amazônica e Campos sulinos).




LEIA A EXTENSA MATÉRIA
http://biogeografia-ufsm.blogspot.com.br/2010/06/especies-endemicas-nos-biomas_3710.html

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Biomas brasileiros

 

FLORESTA AMAZÔNICA 

Dentro de ecologia, os biomas são espaços geográficos que apresentam diversos ecossistemas, dentro de uma certa homogeneidade. São uma unidade biológica caracterizada pelo clima, a vegetação e o solo específicos. O Brasil apresenta apresenta uma variedade de biomas, devido a sua extensão territorial, sobretudo pelos tipos de cobertura vegetal, com uma enorme diversidade de fauna e flora.


A Floresta Amazônica é o maior bioma brasileiro, representando cerca de 40% de todo o nosso território. A maior floresta tropical do mundo fica distribuída pelos estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Maranhão, Pará, Amapá, Mato Grosso e Tocantins.
Floresta Amazônica possui clima equatorial: úmido e quente (Foto: G1)Floresta Amazônica possui clima equatorial: úmido e quente (Foto: G1)
A vegetação é densa, com árvores altas muito próximas uma das outras, o que caracteriza uma mata fechada, com árvores como jacarandá, imbuia, peroba, entre outras. Outra característica dessa vegetação é que as árvores apresentam folhas largas e grandes como adaptação do clima úmido e quente. A fauna abriga uma grande diversidade, como o jacaré-açu, sapo-pipa, preguiça-real, arara-canindé, espalhado entre florestas e rios.

PANTANAL

Pantanal, com vasta planície inundada (Foto: Agron)Pantanal, com vasta planície inundada (Foto: Agron)
Localizado no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Pantanal abriga grande variedade de flora e fauna. A flora conta com espécies típicas de outros biomas e do próprio local, como buriti, manduvi e carandá. O pantanal possui uma vasta planície de inundação, apresenta um clima predominante tropical continental com altas temperaturas e chuvas, de verão chuvoso e inverno seco nos períodos de chuva.  
Há uma diversidade de aves, incluindo a arara-azul, jaburus, colhereiros, entre outros. Além das aves, outros animais são típicos do pantanal, como o dourado, piranhas, sucuri, cervo-do-pantanal, ariranhas, onça-pintada, jacaré-de-papo-amarelo, entre outros. Na flora, há presença de gramíneas, arbustos, palmeiras e árvores comuns da floresta tropical. 

MATA ATLÂNTICA

Localizada entre o Rio Grande do Norte até a Região Sul, a Mata Atlântica conta com apenas 7% da distribuição original nas encostas das serras e planícies litorâneas, por conta do desmatamento. É o bioma mais devastado do Brasil.
Mata Atlântica é rica em biodiversidade, mas sofre com desmatamento (Foto: Flickr)Mata Atlântica é rica em biodiversidade, mas sofre com desmatamento (Foto: Flickr)
Apresenta clima predominante é tropical-úmido, com temperaturas e índice pluviométrico altos.   Esse bioma apresenta diversos ecossistemas e também inclui grande diversidade de flora e fauna. A flora conta com pau-brasil, jacarandá, bromélias e orquídeas e a fauna com a onça-pintada, mico-leão-dourado e uma diversidade enorme de aves. Grande parte destes animais estão sob ameaça de extinção.

OUTROS

Caatinga
A caatinga está localizada na Região Nordeste e parte de Minas Gerais. Apresenta temperaturas elevadas com secas longas, dessa forma possuindo um clima semi-árido. A vegetação predominante da caatinga possui adaptação contra perda de água, como presença de espinhos nas cactáceas, e reserva de água, como ocorre no juazeiro, por exemplo. 
Flora e fauna da Caatinga (Foto: Reprodução)Flora e fauna da Caatinga (Foto: Reprodução)
A fauna da caatinga inclui a ararinha-azul, periquito da caatinga, carcará, entre outros animais, alguns destes também estão ameaçados de extinção. Além disso, neste bioma há uma grande quantidade de insetos.

Cerrado
Predomina em Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Possui um clima tropical sazonal e inclui uma vegetação rasteira como as gramíneas, mas possuindo alguns arbustos e árvores de casca grossa e galhos retorcidos.
Vegetação típica do Cerrado (Foto: Caliandra do Cerrado)Vegetação típica do Cerrado (Foto: Caliandra do Cerrado)
Essa vegetação é característica deste bioma já que ele apresenta um solo pobre de alguns minerais e com excesso de alumínio. Além disso, possuem raízes profundas que são capazes de absorver água dos lençóis subterrâneos, como ocorre em alguns representantes, como o araçá, o pau-terra, entre outros. Os representantes da fauna deste bioma são a ema, a maior ave das Américas, tamanduá-bandeira, lobo-guará, entre outros.
Manguezal (Foto: Rede Globo)Manguezal (Foto: Rede Globo)
Manguezal
É um bioma distribuído do Amapá até Santa Catarina em regiões litorâneas. O manguezal é uma transição entre o mar e a terra. Apresenta uma vegetação bem característica, seus arbustos possuem raízes altas, acima do solo, já que o manguezal possui um solo lodoso, com pouca quantidade de oxigênio. O manguezal é conhecido como berçário, já que muitas espécies de animais marinhos usam esse bioma para reproduzir.

Mata dos cocais
A mata dos cocais é distribuída entre os estados do Maranhão e Piauí. É um bioma de transição, dessa forma apresenta características da Floresta Amazônica, Cerrado e da Caatinga. Possui alto índice de chuvas. A flora inclui palmeiras com folhas grandes e finas, como a carnaúba, buriti e o babaçu, já a fauna inclui répteis, aves e mamíferos roedores.

Pampas
Os pampas ocorrem no Rio Grande do Sul, são conhecidos como campos limpos por ser uma vegetação predominante de herbáceas, muito utilizada na criação de gado. A maior parte deste bioma foi desmatada para dar lugar a lavouras. Apresenta clima subtropical, sendo as quatro estações do ano bem definidas.

Mata de Araucárias
Localizado principalmente na Região Sul, no Estado do Paraná e Santa Catarina, também atingindo parte de São Paulo e do Rio Grande do Sul. A vegetação predominante é a presença do pinheiro-do-paraná, além da canela e imbuia. Por conta do desmatamento, hoje essa mata possui apenas 2% da área original.
Mata de araucárias no Sul (Foto: Rede Globo)Mata de araucárias no Sul (Foto: Rede Globo)

EXERCÍCIOS

(UFPR- 2011) O território brasileiro possui diversos biomas, entre os quais se destacam a Floresta Amazônica, o Cerrado e a Mata Atlântica. Sobre esses biomas, é correto afirmar:
a) O cerrado, que se localiza na região central do Brasil, tem como característica a formação em solos pobres e arenosos e, em consequência, é pouco ameaçado pela expansão agrícola.

b) A Floresta Amazônica, formação localizada notadamente no norte do Brasil, tende a desaparecer nas próximas décadas, haja vista que o desmatamento e as queimadas têm seus índices elevados ano a ano, evidenciando a ausência de políticas públicas voltadas à conservação daquela floresta.

c) A Mata Atlântica, formação que se estendia desde o litoral nordestino ao Rio Grande Sul, onde se localiza boa parte dos maiores centros brasileiros, foi o bioma mais desmatado do país, motivo pelo qual seus remanescentes foram transformados em unidades de conservação, o que lhe garante a maior extensão em áreas preservadas do Brasil.

d) Uma característica comum entre esses três biomas é que todos apresentam elevada biodiversidade e presença de espécies endêmicas, evidenciando que todos precisam ser igualmente preservados.

e) No Norte do Brasil, a urbanização excessiva das cidades tem como consequência o desmatamento e as queimadas, comprometendo a conservação da floresta, fato que frequentemente ganha grande dimensão na imprensa 

Gabarito
Letra D. Os biomas possuem uma grande diversidade de fauna e flora e representam uma enorme importância de preservação destes biomas.

(UFSC 2010) Sobre as formações fitogeográficas ou Biomas existentes no Brasil, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
1. O Cerrado é uma formação fitogeográfica caracterizada por uma floresta tropical que cobre cerca de 40% do território brasileiro, ocorrendo na Região Norte.
2. A Caatinga é caracterizada por ser uma floresta úmida da região litorânea do Brasil, hoje muito devastada.
4. O Mangue ocorre desde o Amapá até Santa Catarina e desenvolve-se em estuários, sendo utilizados por vários animais marinhos para reprodução.
8. O Pampa ocorre na Região Centro-Oeste onde o clima é quente e seco. A flora e a fauna dessa região são extremamente diversificadas.
16. A Floresta Amazônica está localizada nos estados do Maranhão e do Piauí e as árvores típicas dessa formação são as palmeiras e os pinheiros.
32. O Pantanal ocorre nos estados do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso, caracterizando-se como uma região plana que é alagada nos meses de cheias dos rios.
64. A Mata Atlântica é uma formação que se estende de São Paulo ao Sul do país, onde predominam árvores como o babaçu e a carnaúba, e está muito bem preservada.

Somando apenas os valores das alternativas corretas teremos um total de:
a) 36 pontos     b) 100 pontos     c) 13 pontos   d) 37 pontos     e) 24 pontos

Gabarito
Letra A. 36 (04+32) – (1) Falso – O cerrado não é uma floresta tropical. Apesar da ocorrência desse tipo de vegetação em várias regiões brasileiras, o cerrado é predominante no Centro-Oeste; (2) Falso – A caatinga é um bioma típico do sertão nordestino, onde prevalece uma vegetação característica de regiões semiáridas. (4) Verdadeiro; (8) Falso – O pampa é o tipo de cobertura vegetal predominante no Rio Grande do Sul. Na Região Centro-Oeste, prevalece o bioma cerrado; (16) Falso – A Floresta Amazônica cobre toda a região Norte do Brasil. As palmeiras e os pinheiros não são árvores típicas desse bioma; (32) Verdadeiro; (64) Falso – A Mata Atlântica está presente na porção leste do território nacional, estendendo-se do Piauí ao Rio Grande do Sul. O babaçu e a carnaúba são árvores típicas do bioma Mata dos Cocais. A Mata Atlântica é o bioma mais devastado do Brasil. 

(MACKENZIE) Observe o mapa e assinale a alternativa que corresponde à formação vegetativa da área destacada e a suas características.
Mapa da região (Foto: Reprodução/Mackenzie)Mapa da região (Foto: Reprodução/Mackenzie)
a) Cerrado – pertencente à classificação do bioma savana, possui grande biodiversidade e forma ecossistemas ricos, com espécies variadas como o pau-santo, o barbatimão, a gabiroba, o pequizeiro e a catuaba.

b) Mata dos Pinhais – chamada também de floresta aciculifoliada, está localizada em clima úmido, com temperaturas de moderadas a baixas no inverno; tem em sua constituição predominantemente o pinheiro.

c) Mata dos Cocais – chamada também de mata de transição, é constituída de palmeiras ou palmáceas, com grande predominância de babaçu e ocorrência de carnaúba.

d) Campos Naturais – formações rasteiras ou herbáceas, constituídas por gramíneas que atingem até 60 cm de altura; têm origem associada a solos rasos e a áreas sujeitas a inundações periódicas, ou, ainda, associada a solos arenosos.

Gabarito
Letra C, pois a mata dos cocais fica situada entre os estados do Maranhão e Piauí. 

(UFPI) Sobre o bioma que compreende o Cerrado brasileiro, é correto afirmar que:

a) é encontrado nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, por conta das densas redes hidrográficas regionais.
b) tem vegetação arbustiva, caducifólia com raízes profundas, galhos retorcidos e casca grossa.
c) cobre 2 milhões de km2 do território nacional, sendo 80% inexplorados.
d) apresenta duas espécies vegetais dominantes, o buritizeiro e o pequizeiro, não exploradas economicamente.
e) tem solos de pouca profundidade o que facilita a infiltração das águas que corrigem a acidez dos solos.

Gabarito
Letra B. A vegetação do cerrado é conhecida pela presença de arbustos de galhos retorcidos e raízes profundas, já que seu solo é pobre de alguns minerais e com excesso de alumínio. 
Priscilla Moniz
Professora de Biologia do Colégio Qi

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Visão Ecológica

domingo, 8 de abril de 2007


VISÃO ECOLÓGICA - INTEGRANTE DO SISTEMISMO ECOLÓGICO CIBERNÉTICO


A Visão Ecológica.percepção da realidade, sob a ótica, sob o prisma, sob a perspectiva da Ecologia.
Além da utilização enfoque sistêmico, proposto no capítulo anterior, preconizamos a abordagem simultânea dos sistemas, sob prisma da ecologia, resultando daí, uma dupla perspectiva: Sistêmica e Ecológica.
Reciprocamente, advogamos o emprego de uma abordagem do ambiente, também, sob uma perspectiva sistêmica, com base nos cânones da Teoria Geral dos Sistemas (Sistemismo), além de sua natural focalização sob o prisma eminentemente ecológico, surgindo, então, uma Ecologia Sistêmica.
O estudo sistêmico e ecológico, tanto do sistema como do ambiente que o envolve, corresponde ao segundo degrau do Sistemismo Ecológico Cibernético, objeto precípuo deste livro.
Esta estratégia decorre a utilização de um sistema discursivo ecológico na visualização dos sistemas e, vice-versa, a aplicação de uma linguagem sistêmica na descrição do ambiente dos sistemas, resultando no enriquecimento, tanto do estudo do sistema, como do respectivo ambiente.

O estudo de um determinado sistema, sem considerar o estudo do ambiente que o envolve se tornaria um estudo insuficiente, fragmentário ou reducionista, tendo em vista que as condições ambientais que envolvem o sistema o afetam de modo significativo.

Na verdade, tanto o ambiente afeta o sistema como este é afetado por aquele.

O sistema e o respectivo ambiente"vivem", permanentemente, em interação recíproca.

A visão ecológica, sobretudo quando se percebe a assimila e percebe a Ecologia em sua dimensão atual, como uma ciência de topo, permite uma abordagem de natureza abrangente, à semelhança ao enfoque sistêmico, constituindo referencial obrigatório para o estudo das relações dos sistemas com o ambiente que os envolve e, imprescindível, quando se tratar do sistema humano e de seus metassistemas (família, comunidade, sociedade).

Os sistemas abertos estabelecem constantes relações (estruturais e funcionais) entre todos os seus elementos componentes (subsistemas), e como tal, o ambiente comporta ser abordado, também, em sua dimensão sistêmica, mediante o enfoque sistêmico, concomitantemente, com a sua óbvia focalização segundo os cânones da ecologia - através da visão ecológica.

A importância e a necessidade de utilização de uma perspectiva ecológica na metodologia científica decorre do fato de que todos os sistemas abertos estão submetidos às influência ambientais, em face das suas contínuas e permanentes relações com seu entorno e, conseqüentemente, com os demais sistemas situados nos seus arredores, influenciando-se reciprocamente.

A principal vantagem de se introduzir a visão ecológica na metodologia é a aquisição, por esta, do modelo dos organismos vivos e dos ecossistemas naturais, os quais são sistemas auto-organizadores, auto-reprodutores e auto-reajustáveis, transferindo estes atributos ao quadro de referência resultante, além de lhe dotar de características orgânicas, as quais lhe permite se contrapor às metodologia de cunho mecanicista.

Apesar dos conflitos entre os seres vivos e o ambiente, das competições intra e interespécies, há um notável equilíbrio ecológico, pois os ecossistemas possuem a capacidade de auto-organização e auto-regulação, cujos mecanismos de "feedback" inclui o funcionamento da cadeia alimentar, dos processos reprodutivos, competitivos, das associações harmônicas, como as simbióticas e, desarmônicas (parasitismo e predatismo), constantes entre os seres vivos.


PARA LER A ÍNTEGRA DA MATÉRIA, NA PUBLICAÇÃO ORIGINAL, CLIQUE NO LINK SEGUINTE:

http://visaoecologica.blogspot.com.br/2007/04/viso-ecolgica-componente-do-sistemismo.html